Encontro 19.10.2011 Everaldo de Melo Colombi
“A FELICIDADE PODE ESTAR NESTA VIDA?”
Num filme bem antigo, por todos conhecidos, “O ladrão de Bagdá”, em letras luminosas estava escrito: A felicidade deve ser conquistada.
E como ela é conquistada?
– Pelo perfeito domínio da natureza emotiva.
De fato, não pode haver felicidade onde preexiste o medo, a apreensão ou o receio.
Quando soubermos que existe um poder invencível que nos protege e a tudo que mais amamos, realizando todo desejo justo do nosso coração, a tensão nervosa desaparecerá completamente e viveremos felizes e satisfeitos.
Não nos perturbaremos mais pelas aparências contrárias, sabendo que a Infinita Inteligência protege os nossos interesses e aproveita todas as condições para fazer-nos o bem.
A aflição perturba a mente que guarda rancor.
A raiva, o ressentimento, a maldade, o ciúme e o desejo de vingança roubam ao indivíduo a felicidade, deixando em seu lugar, a moléstia, o insucesso e a pobreza.
Segundo estatísticas americanas, o ressentimento arruinou mais lares do que a bebida (álcool) e matou mais indivíduos do que a própria guerra.
É contada a história de uma mulher que era sadia física e psicologicamente, casando com um homem a quem amava, vivendo feliz.
O marido acabou adoecendo e morreu, deixando uma pequena parte dos seus bens a um parente próximo.
Ela encheu-se de ressentimento. Pouco tempo depois, começou a emagrecer, adquiriu pedras nos rins, ficou depressiva, triste se isolando de tudo.
Um metafísico conhecido disse-lhe: “Não estais enxergando o que o ódio e o ressentimento estão fazendo consigo? Eles produziram a formação de pedras em seu corpo e somente o perdão e a bondade podem lhe curar”.
A mulher compreendeu a verdade da afirmação.
Harmonizou-se e perdoou, readquirindo sua esplendida saúde.
O estudante de mentalização deve ter a consciência que o “destino”, sendo feito pelo próprio indivíduo, pode por ele ser modificado. É a força do livre-arbítrio.
Não esqueçamos que o carma é causa e efeito ao mesmo tempo. Mas o livre-arbítrio, nos dá a oportunidade de escolhermos entre a passividade (deixar que a lei mude o nosso ambiente) ou modificá-lo no presente, pondo em atividade novas causas.
O livre-arbítrio significa a liberdade de empregar-mos ou não as forças da natureza. A liberdade de agirmos de acordo com a vontade Divina ou contra ela.
Não esqueçamos, igualmente, que a nossa vontade não só é limitada pela nossa falta de conhecimento da vontade Divina, mas, também, modificada amiúde pela vontade dos outros.
Porém, se nos habituarmos a confiar plenamente na vontade Divina, esta, unida a nossa própria vontade, nos permitirá escapar completamente da influência de qualquer vontade estranha.
E, um dos princípios mentais mais eficazes (usado pela senhora referida) é a Lei da Graça e do Perdão.
Por ela, reconciliando-nos com o Criador de todas as maravilhas do mundo, operaremos uma completa transformação em nosso íntimo fazendo de cada um de nós, um autêntico homem novo.
Para vencermos a Lei do Carma e nos colocarmos sob a Lei da Graça e do Perdão, é preciso perdoarmos a todos, seja lá o que for que tenham feito e seja qual for o motivo que tivermos para nos queixarmos.
Mas não é só. É preciso, igualmente, que esqueçamos, não só os erros dos outros, mas também os nossos, por maior que sejam.
A senhora a qual nos referimos, poderia trilhar até o resto dos seus dias o caminho da infelicidade, cujas tabuletas podiam indicar “a rua do ressentimento” ou pela bússola do perdão, reencontrar “a rua da felicidade”, ditada pelo entendimento.
Ela teve a luz e o discernimento de optar pelo mesmo caminho que percorrera enquanto o seu amado era vivo, retomando a energia do bem.
A fim de alcançar a felicidade, o homem precisa ter a certeza da estabilidade de sua vida, e essa certeza só pode ser dada pelo sentimento da segurança que resulta da consciência da presença do poder interno e da sua direção infalível.
É a busca da “fé dinâmica”, que tantos prodígios tem realizado no mundo.
Junto ao nosso caminho da “felicidade” encontraremos sempre o aviso ou a indicação por onde devemos seguir.
Basta abrirmos os nossos olhos espirituais para vê-lo.
Estamos tão habituados a enxergarmos com os nossos olhos físicos, que acabamos nos tornando cegos das dicas que vem do Alto.
No jogo da vida, a felicidade opõe-se sempre ao amor-próprio e, onde um se encontra o outro jamais aparece.
Quando resolvermos, definitivamente, sacrificarmos a razão carnal e o nosso orgulho à direção do Superconsciente a felicidade estará bem próxima.
Aquilo que nos repugna ou que odiamos, certamente nos virá, porquanto, pelo ódio, formamos uma imagem viva na nossa mente subconsciente, e ela a reproduzirá, materializando no plano físico.
Tal qual o perdão, aqui, a grande saída é a aplicação do princípio da não resistência.
Na forma que já aprendemos, é um princípio espiritual por meio do qual podemos harmonizar-nos com todos os obstáculos e oposições, mudando-os em elemento de progresso e aperfeiçoamento.
É narrada a história de uma moça que tinha um encantamento por um rapaz e desejava aproximar-se amorosamente dele. Nas conversas, ele acaba sempre falando de suas encantadoras primas.
Ela ficou enciumada e ressentida ficando a relação abalada definitivamente.
Quatro meses depois, acabou atraída por um outro rapaz com quem trabalhava.
Durante a primeira conversa mais séria, ele mencionou a existência de algumas primas com as quais convivia amiúde.
Ela voltou a ressentir-se, porém logo percebeu que incorreria na mesma situação anterior.
Espertamente, dessa vez, levou pelo lado do bom humor e logo pôs-se a rir, pois ali estavam as suas antigas amigas “as primas”.
Dessa vez aplicou o princípio da não-resistência.
Abençoou a todas as primas do Universo e enviou-lhes bons pensamentos, pois compreendeu que, se não o fizesse, todo homem que encontrasse teria “primas” sobre as quais havia de falar-lhe.
O certo é que, assim procedendo, venceu, pois nunca mais ouviu falar das indigitadas primas.
A ignorância ao princípio é que leva a reprodução de experiências desagradáveis sucessivas na vida de tantas pessoas. Elas continuavam resistindo e as coisas continuam ocorrendo repetitivamente.
Certa senhora vivia alardeando por toda a parte os seus aborrecimentos.
Espalhava para todo mundo: sei o que é sofrimento.
Na verdade, esperava palavras de simpatia.
Certamente, porém, quanto mais mencionava os seus aborrecimentos, mais os aumentava, porque, como já vimos no encontro passado, por suas palavras “era condenada”.
Devia ter empregado suas palavras para neutralizar os aborrecimentos e não para multiplicá-los.
Se tivesse utilizado outro princípio mental, ou seja, a arte de transferir os fardos, haveria de dizer: “transfiro o meu fardo ao Cristo interno e sigo livremente o meu caminho”.
Não falando de seus aborrecimentos, estes teriam se apagado da sua existência, porquanto pelas “nossas palavras seremos justificados”.
A resposta à pergunta inicialmente formulada é portanto, sim.
A felicidade deve ser conquistada nesta vida.
Cristiano D. Larson, foi extremamente feliz, quando falou da felicidade.
Diz ele:
“Tudo responde ao chamado da alegria.
Tudo se reúne onde a vida é um canto.
Esta é a mensagem da nova ordem, e dos novos tempos.
É o texto áureo do grande Evangelho do esplendor humano.
É a verdade central da sublime filosofia da existência, que declara: O maior bem é a felicidade e o céu está neste mundo”.
O sempre lembrado e respeitado Lourenço Prado, em sua tradicional obra “Alegria e Triunfo”, corroborando a tese que hoje firmamos, segundo a qual podemos atingir a felicidade usando de nosso livre-arbítrio para conquistá-la é categórico: “Para provar-vos que é absolutamente verdade que podeis fazer de vossa vida material aquilo que quiserdes, tornando-a feliz e próspera, citarei o exemplo da senhora Frances Larimer Warner. Diz ela numa carta escrita a outra estudante de ocultismo:
“Acabo de chegar de uma viagem, encontrando vossa carta no dia 2 e outras cartas que reclamavam a minha atenção. Respondo vossa carta conforme vou lendo-a.
“Em primeiro lugar, falais sobre o espírito prisioneiro, etc. Fiquei viúva aos vinte e oito anos, com uma criança pequena, e perdi tudo o que possuía em loucas especulações na Califórnia. A minha crença na pobreza e a falta de um lar me privaram de todo conforto até que, recentemente, pedi o meu direito divino a todo Bem, e o consegui, não por uma afirmação constante, mas por um método próprio, descoberto após dez anos de meditação, quase constante concentração e experiências sobre a Lei. Ofereço espontaneamente os resultados”.
“Em resposta à vossa pergunta, direi que não mais era moça e não tinha sorte. Com efeito, o retrato que fazeis de vós mesma corresponde exatamente comigo como eu era naquele tempo. Portanto, tende coragem e não vos desanimeis, pois se conhecêsseis o meu antigo ambiente talvez vos sentísseis com menos dificuldade a vencer. A vossa carta comoveu-me profundamente, muito mais do que outras, pois descreve tão claramente o que fui, e posso afirmar que é absolutamente verdade que podeis fazer com que a vossa vida exterior seja o que quiserdes – isso sem muito tempo e concentração, e vou mostrar-vos clara e francamente como”.
“É, pois, puramente científica a afirmação que das imaginações do coração surgem as saídas da vida, de modo que, embora seja contrário à vossa razão, nunca imagineis condições indesejáveis, nem penseis nem faleis nelas, sendo esse o primeiro passo para a realização; pelo contrário, começai agora mesmo a ver vivamente os vossos desejos de melhor ambiente e trabalho mais agradável já realizados. Como o impulso de vida que age sobre a consciência como desejo, é sempre um impulso, deve, em conseqüência disso, ser realizado.
“Jesus expressou-se com precisão científica, quando disse: ‘Credes que recebestes’”.
“Quando descobri, em pequenas coisas, que tinha provas de uma grande Lei, pus-me deliberadamente a trabalhar para ver se a Lei podia trazer-me tudo o que pedisse, sem auxílio de meus esforços pessoais ou do meu trabalho. Sob todas as aparências, não tinha um lar, nem os meios para obtê-lo; por isso, disse comigo mesma: ‘Esta é a minha gloriosa oportunidade para ter uma prova’ e, primeiramente, dei graças por isso, e passei a me ver vivamente em meu lar, sentada à minha secretária, caminhando pelos cômodos e, para servir de investigação e prova científica sobre a realização detalhada de todo o quadro mental que fiz, vi-me a entrar alegremente no meu automóvel. Esse ato de colocar-me imediatamente no ambiente real desejado é a aceitação ou fé ativa. ‘A fé sem obras é morta’ bem sabeis; uma fé passiva nada produz”.
“Nunca me preocupei sobre o modo pelo qual tudo isso me viria, pois era coisa que não me competia, sendo o meu objetivo provar o poder do Espírito, conforme Malaquias, 3:10. Se plantarmos uma semente na terra, sabemos que o sol brilhará e a chuva virá, deixamos à Lei a produção dos resultados. Não vemos o processo da natureza, não é verdade? Pois bem, o desejo, cuja imagem formais, é a semente, os momentos em que fechais os olhos para ver internamente a imagem são como o sol e a vossa constante expectativa, sem ansiedade, são a chuva e a cultura necessárias para produzir resultados absolutamente certos, visto que são apoiados na Lei.
“Sem dúvida, o ideal é o primeiro requisito para o que se quer conseguir. Tinha-me limitado tanto, que, a princípio, me parecia que a própria tentativa de formar um ideal superior ao que tinha realizado era querer lutar contra uma grande força; por isso, não fiz mais do que me exercitar na formação de ideais até poder formar a mente facilmente o mais alto que me foi possível conceber, sentindo assim que havia rompido os laços que me prendiam a condições limitadas. É preferível, a princípio, tomar uma coisa por vez, e não compreender coisa maior do que aquela em que puderdes aplicar a vossa fé atual”.
“Pois bem, querida senhora, em menos de um ano, tudo o que imaginei e muita coisa mais – como que uma graça acrescentada por ter confiado inteiramente no espírito em relação ao que Jesus me dissera que era meu – se apresentaram na minha vida, e, muito maior do que a posse, foi a alegria de ter provado para mim e para outros que o que precisamos fazer para conseguir todos os bens é estudar ativa e fielmente e, em seguida, praticar os ensinos do nosso maior cientista, Jesus de Nazaré”.
Vedes, por este exemplo, que aquela senhora alcançou, por meio do pedido silencioso, tudo o que era necessário para sua felicidade e alegria.
Cada ente humano, sendo uma criação diferente do Supremo Espírito, para ser perfeitamente feliz, precisa de coisas diferentes das que são necessárias às outras pessoas e só poderá recebê-las diretamente do Criador.
Não há, pois, motivo para invejardes a felicidade dos outros e, em vez de desperdiçardes vosso tempo nisso, pedi ao Espírito que vos dê a vossa parte de felicidade. Concorreis para isso, desejando a maior felicidade a todos e enviando-lhes vossos pensamentos de Harmonia, Amor, Verdade e Justiça, e na proporção das boas vibrações que enviardes será a felicidade que recebereis”.
Portanto, descruzemos os braços e iniciemos a nossa marcha para encontrarmos a felicidade que já está nos esperando.
Ela não é igual a felicidade de ninguém e por isso somente cada um de nós sabe como encontrá-la.
Uma coisa é certa. Através da fé e utilizando os princípios mentais, o êxito da vitória é só uma questão de tempo.
Que as últimas palavras dessa noite, reproduzam as proferidas por Jesus Cristo: “Credes que recebestes”.
“Destruo e apago todos os maus registros de minha mente subconsciente.
Eles voltarão ao pó do seu nada original, pois resultam de minhas vãs imaginações.
Formo, agora, os meus registros perfeitos através de meu Cristo Interno.
Registros perfeitos de: saúde, riqueza, amor e perfeita expressão própria”.